CAEF - História, curiosidades, propósitos e expectativas

14/12/2012 10:37

CENTRO ACADÊMICO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROF. AQUILES XAVIER

História, curiosidades, propósitos e expectativas

por Nathalia Wilke
 
No dia 06/12/12 aconteceram as eleições do Centro Acadêmico de Educação Física Prof. Aquiles Xavier (CAEF-PAX). Houve duas chapas concorrendo, Revolução e Dinâmica, e participaram da votação ao todo 208 alunos do curso. A Chapa Dinâmica foi vencedora com 159 votos e é composta pelos alunos Douglas Prates (Presidente), Mônica Maldonado (Vice-Presidente), Larissa Jacomini (Diretoria Acadêmica), Wanessa Barroso (Diretoria Administrativo-Financeira) e Tiago Canutto (Diretoria de Esportes, Cultura e Lazer).
 
O intuito desta matéria é resgatar a história do Centro Acadêmico de Educação Física Prof. Aquiles Xavier (CAEF-PAX) e seus propósitos por meio de entrevistas aos fundadores e a ex-gestores. Assim como evidenciar as ideias que existem em torno da função do CAEF e as expectativas dos alunos e coordenação. Tanto para que a nova gestão tenha uma visão da perspectiva de quem esteve na história que antecede a sua posse e do caminho já traçado nos anos que se passaram, quanto para que os alunos saibam quais são as atribuições designadas ao CA de Ed. Física, o que devem esperar e cobrar dos novos gestores. 
 
Muitos dos ex-alunos não sabem quem foi o Prof. Aquiles Xavier, que tem seu nome associado ao CAEF. O fundador do CAEF, Prof. Rafael Rodrigues, e o coordenador do curso, Prof. Amaylton Salles, contam que ele foi um excelente professor de Estágio e de Desenvolvimento e Aprendizagem Motora na instituição. Muito envolvido com a profissão e foi um dos idealizadores da Olimpiuni, (junto aos Prof.`s Walter Fortini e Amaylton Salles). Muitas vezes foi professor homenageado pelas turmas e era bastante querido pelos alunos e colegas. Porém, infelizmente em decorrência de um câncer veio a falecer por volta de 30 anos de idade, em cerca de 2 meses após a descoberta da doença, e em um dia de Olimpiuni. O Centro Acadêmico foi nomeado como forma de homenagem a um homem que fez diferença, e cujo nome continuará a ser lembrado.   
 
Inspirados na ideia partilhada com ex-alunos, de criar um órgão de fomento acadêmico que pudesse representar o corpo discente e criar um diferencial para a profissão, Rafael Rodrigues (atual preceptor de musculação na instituição, estudante de nutrição e presidente do CANUTRI) e Bruno Ocelli (atual preceptor na instituição, prof. no curso de EF. de metodologia da pesquisa qualitativa, supervisor geral na FIAT e mestrando em lazer) conseguiram registrar e dar início ao CAEF-PAX. Rafael conta que o apoio dos professores foi muito importante para esta conquista. Bruno Ocelli diz que, sem dúvida, a maior dificuldade encontrada na gestão foi despertar o senso crítico dos alunos e ressalta que sempre teve grande apoio da Instituição como um todo, especialmente da coordenação do curso, na época representada pela Professora Alessandra Garcia, assim como de demais professores, “como formadores de opinião, sempre nos auxiliaram nas ações que desenvolvemos e nos demonstravam confiança.”
 
Em relação aos propósitos, começamos pela visão de quem esteve na vanguarda do CAEF, que ao longo da sua história já foi reconhecido como o mais importante da instituição “Espera-se do Centro Acadêmico que seja um lugar de referência para os alunos, onde os mesmos confiem nas decisões de seus representantes e reconheçam sua legitimidade”, diz Bruno Ocelli. “Além disso, o CAEF deve acompanhar o andamento do curso e todas as relações envolvidas neste contexto a fim de contribuir na solução de problemas e possíveis conflitos. A realização de eventos acadêmicos e sociais também deve fazer parte das atribuições da entidade, bem como a criação de um espaço de convívio e encontro tido como referência de seus representados.”
 
Bruno Prota, que já foi presidente, diz que o Centro Acadêmico de Educação Física é o órgão que representa os alunos diante a coordenação de educação Física do UniBH e representantes do grupo Ânima, “é uma associação sem fins lucrativos que pode, e na ideologia da sua diretoria deve, agir como uma empresa, mais não que tenha a ideia de lucratividade e sim de crescimento e fortalecimento da marca.” Paulo Ladeia, vice-presidente ao lado de Bruno, diz que o CAEF é o órgão criado pelos alunos com o objetivo de defender seus direitos junto a instituição e os professores. E completa “quando analisamos mais o contexto em que ele está inserido, sua função vai muito mais além. Ele tem por obrigação promover o desenvolvimento do aluno em um campo de atuação completo, desenvolvendo atividades que contribuirão para a formação destes alunos”. 
 
Matheus Trindade, estudante de Educação Física do 8º período, ressalta que muitos alunos não sabem a verdadeira função de um CA, e confundem suas funções com as do DCE. “As funções são diferentes”, afirma. “Acredita-se que um Centro Acadêmico, seja a voz dos alunos, que tenha que alimentar nossa capacidade intelectual, tem que, em muitos casos, aflorar o verdadeiro sentido do estudar e ser um profissional, e não apenas uma área de diversão”, diz Matheus. Neste sentido, Italo Marotta, aluno do 4º período, diz que gostaria que houvesse uma formação que pudesse frisar a importância de se ter uma postura mais séria e comprometida. “Quando se escuta dizer que o curso de educação física é "rola bola" todos logo já dão sua opinião contrária e se ofendem quanto ao comentário, mas na prática é exatamente assim que alguns alunos agem dentro do campus.” Ele ainda acrescenta que são necessárias ações que valorizem um perfil comprometido e sem lugar para alunos que vão à faculdade com o intuito único de apenas se formar.
Reconhece a importância de sua futura profissão e do patamar que ela irá chegar dentro de alguns poucos anos. E acredita que o perfil da Educação Física já está mudando mas pensa que, de forma lenta e em proporções muito inferiores ao que se deveria. 
 
Rafael faz uma reflexão sobre a profissão, de que temos um estigma social no qual precisamos nos desvincular, e isto somente será pela postura profissional, preparação e competência para lidar com as situações de mercado de forma positiva. Diz ainda que é preciso muito amor ao que se faz para conseguir fazer bem, e que as pessoas que buscam a Educação Física saibam diferenciar Hobby de profissão, buscando pelo diferencial e tendo uma postura adequada. Ele conta que, em sua gestão, com o propósito de criar este diferencial ao aluno, organizaram-se cursos de qualidade a preços acessíveis, no máximo 30 reais. “Conversávamos com os professores sobre o propósito que tínhamos para conseguir preços mais baratos e muitas vezes conseguíamos além de fazer o curso, ainda sortear livros com a verba arrecadada” 
Bruno Prota diz que em sua gestão possuía dois funcionários remunerados no CAEF, e que conseguiram estruturar um espaço destinado aos alunos do curso com um banco de artigos, sala com computadores para estudos e pesquisas, espaço com televisão, etc. Ele conta que a gestão arrecadava em média hum mil reais e tinha como despesa aproximadamente dois mil reais. E que a estratégia para equilibrar as despesas era fazer cursos e eventos e conseguir parcerias “Nunca ficamos no vermelho durante toda a gestão, pois com a ideia de empresa conseguimos captar patrocínios e parceiros, fora os diversos cursos e eventos realizados pela nossa gestão que ajudaram a equilibrar as despesas e reinvestir na instituição.” 
 
O espaço do Centro Acadêmico mudou com a alteração do curso do bloco C2 para o bloco D na gestão de Bruno Prota e Paulo Ladeia, o atual espaço foi um acordo feito por eles, que captaram patrocínio para estruturar a sala. Não houve uma continuidade do banco de artigos na gestão seguinte ao de seus precursores. Ele facilitava o desenvolvimento dos TCC´s e demais trabalhos acadêmicos e era sempre renovado pelos próprios alunos com o apoio dos professores. Atualmente não se encontra mais disponível aos alunos, mas sua reestruturação encontra-se como proposta da nova gestão a tomar posse. A influência das gestões anteriores é reconhecida por Bruno Prota ao dizer em entrevista “Tudo o que fizemos não é apenas resultado da nossa gestão e sim de uma gestão muito boa, que tinha uma ideologia diferente da nossa e que foi grande responsável por tudo que fizemos. Foi a gestão do Bruno e do Rafael. Nós (ele, Paulo e diretores) não tivemos uma gestão com o mesmo propósito, mais conseguimos fortalecer a marca CAEF e hoje todos conhecem a instituição como referência no cenário universitário.”
 
A cada novo grupo que assume o CAEF, há uma renovação de pessoas e de como serão conduzidos os processos, mas a gestão de uma diretoria tem um período de início e de fim, desvincular este período com os que os sucederam e vão suceder pode fazer bons projetos perderem-se no caminho. Pensar a transição de gestão é de extrema importância, e é fator crítico de sucesso de ações que exigem continuidade. De maneira que, é fundamental que as pessoas que tem pretensão de um dia vir a assumir o CA se aproximem para conhecer de perto os processos e procedimentos. É necessária uma abertura do CA para os interessados em se candidatar futuramente, para que já formem ideias sobre gestão e organização de eventos e tenham amadurecimento necessário para sentirem-se aptos a assumir um papel de liderança, e poderem ser mais eficazes em suas condutas.  
 
Amaylton Salles, coordenador do curso, diz considerar o Centro Acadêmico   extremamente importante, “Além de ser uma entidade de representação dos alunos dá voz às demandas acadêmicas.” Para o presidente eleito para a gestão de 2013, Douglas Prates, a construção da gestão passa por uma noção de que somente com o diálogo permanente com todos os membros da comunidade acadêmica pode-se chegar a um lugar melhor. Ravengar Franzoni, aluno do 1º período, explicita a visão que tem sobre a importância da comunicação e sugere que poderia haver um portal de comunicação o CAEF e o corpo discente “Um canal interativo, uma caixinha de sugestão e até as assembleias gerais, para ouvir as opiniões e formar assim uma integração.” A diretora acadêmica eleita, Larissa Jacomini, diz considerar importante existir uma tríade alunos/CAEF/coordenação para o sucesso das ações. Rafael Rodrigues, completa, dizendo que é necessário agregação “Ninguém sozinho muda o mundo, a gente está aqui para somar”.
 
Thiago Sinésio, que já foi presidente do CAEF, ressalta ser importante buscar parceiros “Diria para que os novos gestores do CAEF busquem boas alianças com outros diretórios acadêmicos, professores, coordenação do curso, gestores do UNI-BH. Boas parcerias ajudam a promover grandes realizações.” O aluno Ravengar Franzoni, sugere que possam ser feitos convênios com academias por exemplo, lojas de materiais esportivos e suplementos alimentares, e também efetivas oportunidades de curso, mas deixa claro que o essencial é a administração participativa e interativa” a voz do diretório é a voz dos alunos e associados.” O coordenador Amaylton concorda ao proferir “Entendo que deva ter uma gestão focada no interesse dos discentes do curso”, o que vem de encontro também à visão da aluna Marcela Duarte, do 7º período “O CAEF deve se posicionar diante das situações visando defender os direitos e representar os interesses dos alunos, que pode vir de encontro ou não aos institucionais.” 
 
Bruno Prota e Paulo Ladeia dizem que o trabalho é árduo, muitos são aqueles que apontam sem ter o menor conhecimento, mas é ao mesmo tempo gratificante. E revelam terem conseguido um reconhecimento no mercado graças ao trabalho desenvolvido. “O CAEF demanda muito trabalho e dedicação. Mas há um retorno a quem está envolvido”, diz Rafael Rodrigues. “O contato com diferentes pessoas e órgãos que a gestão permite pode ampliar as possibilidades no mercado de trabalho, assim como confere amadurecimento, experiências acadêmicas e gerenciais. O aluno envolvido deve saber direcionar os esforços para buscar um diferencial.” O que ele tem a dizer aos novos gestores é que espera que se volte com o propósito e finalidade do CAEF, que é tornar acessível aos alunos áreas da Educação Física que estão em ênfase no mercado mas com carência na instituição, através da promoção de cursos e eventos. 
 
Bruno Ocelli deseja principalmente boa sorte aos novos gestores, e que tenham um ótimo trabalho. “A expectativa que tenho do CAEF é que ele consiga renascer a cultura de educação continuada que ele foi pioneiro entre os DA`s e CA`s do UniBH, pois o curso de Educação Física merece muito ter um órgão representativo de valor, não somente frente a instituição, mas também frente a toda comunidade da E.F.” E ainda completa dizendo “Sempre estamos a disposição dos novos membros para execução de projetos em prol de uma Educação Física melhor.”
Eliza Zanoni, aluna do curso, está otimista com a nova gestão “Eu penso que vai ser uma excelente administração, porque as propostas são ótimas para ajudar e atender aos alunos do curso de Educação Física” O presidente eleito, Douglas, agradece aos que depositaram sua confiança a diz ainda “aos alunos que não acreditaram nessa chapa eu não gostaria de desperdiçar por um ano o potencial que têm. Essa gestão também é suas, eu agora também sou seu Presidente e o Centro Acadêmico é tão meu quanto é de vocês.” 
 
É ressaltada pelo coordenador que a CAEF seja uma boa experiência para o crescimento do aluno na instituição. Bruno Prota deseja aos futuros representantes da instituição sucesso e que, sobretudo façam o que acreditam, assim serão diferenciados não somente como Centro Acadêmico e sim como profissionais. Bruno Ocelli diria aos novos diretores que aproveitem o momento de crescer como acadêmico, pessoa e profissional. “Vocês terão condições de vivenciar diversas experiências riquíssimas do ponto de vista da gestão, da organização de eventos, entre outros. Elejam um propósito e façam dele seu horizonte, que em minha opinião deve focar no enriquecimento profissional e nos valores da Educação Física como formadora de seres humanos, humanos.”